Madrasta de Bernardo e amiga se desesperaram ao ver menino morto, diz advogado

Em depoimento, Graciele admitiu superdosagem de medicamento que matou a criança



Graciele Ugulini confessou participação na morte do enteado

O advogado Demetryus Eugenio Grapiglia, que defende a assistente social Edelvania Wirganovicz, presa por suspeita de envolvimento na morte do menino Bernardo, afirmou durante entrevista nesta quinta-feira (1°) que sua cliente e a madrasta do menino se desesperaram ao ver que ele estava morto após a aplicação do medicamento Midazolam.
Ele afirmou que as duras viram o garoto caindo para frente, já sem vida dentro do carro, e temeram chamar a polícia. A enfermeira Graciele Ugulini, de 32 anos, confirmou em depoimento que fez a aplicação do remédio, mas que a morte do enteado foi acidental. Segundo Demetryus, Edevalnia participou apenas na ocultação do cadáver de Bernardo e que Graciele aplicou a medicação sozinha. Ele reafirmou a versão de Graciele de que o pai não estava presente no momento. 
Bernardo foi encontrado enterrado em um matagal em Frederico Westphalen, cidade a 80 km da casa da família, localizada em Três Passos, em 14 de abril, dez dias depois de desaparecer.
A investigação policial indicou até agora que, no dia 4 de abril, o menino foi visto embarcando em um automóvel na companhia da madrasta, Graciele, e de uma amiga dela, a assistente social Edelvânia Wirganovicz, que voltaram sozinhas ao centro de Frederico Westphalen. Um laudo da perícia confirmou que substâncias do sedativo Midazolam foram encontradas no corpo de Bernardo.
Desde o dia da descoberta do corpo, o pai, a madrasta e a assistente social estão presos. Graciele permanece na Penitenciária Modulada de Ijuí. Os outros dois foram transferidos de presídios da mesma região para cidades próximas de Porto Alegre nesta semana porque estariam sofrendo ameaças de outros detentos. Leandro está na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas e Edelvânia em um presídio feminino de Guaíba.
Negócios
O advogado de Graciele, Vanderlei Pompeo de Mattos, disse, depois do depoimento da cliente à polícia, que a morte de Bernardo não foi premeditada e que a viagem da enfermeira a Frederico Westphalen no dia do crime foi feita para tratar de negócios.
O defensor de Leandro, Jáder Marques, vem sustentando desde que assumiu o caso que o médico é inocente. O representante de Edelvânia, Demetryus Eugenio Grapiglia, reitera que a assistente social "não tem participação no delito homicídio, apenas na ocultação do cadáver".
A delegada Caroline Bamberg Machado sustenta que o pai, a madrasta e a assistente social estão envolvidos com o crime, mas ressalva que falta esclarecer qual foi a participação de cada um. A conclusão do inquérito depende da tomada de mais alguns depoimentos e dos laudos da perícia, que está analisando material colhido no corpo, na cova e nos automóveis dos suspeitos.

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