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Contribuinte que deixar de declarar IR pode ter o CPF cancelado

Contribuinte que deixar de declarar IR pode ter o CPF cancelado

Quem está obrigado a declarar e não acertar as contas com o Leão fica irregular



Quem tem o CPF cancelado não pode abrir conta-corrente nem poupança em bancosCarlos Poly/ACS/Araucária
A Receita Federal estipula diversos critérios que tornam um contribuinte obrigado a apresentar a declaração do IR (Imposto de Renda) todos os anos. Confira aqui quais são os critérios e as condições para acertar as contas com o Leão neste ano.
O contribuinte que deixar de declarar pode ter o CPF (Cadastro de Pessoa Física) cancelado, conforme explica Ana Cláudia Utumi, sócia responsável pela área tributária de TozziniFreire Advogados.
— Primeiro, o CPF pode ficar irregular. E, se ficar assim por muito tempo, pode ser até cancelado.
Além disso, o contribuinte que não fez a declaração de anos anteriores tem que regularizar a situação — enviando o documento e pagando a multa. Quem deixa de enviar a declaração de rendimentos para o cálculo do imposto de renda está sujeito a multa mínima de R$ 165,74, limitada a 20% do imposto devido.
— O valor da multa é calculado com base no imposto devido e leva em consideração o tempo de atraso. Por isso, os contribuintes em atraso de vem regularizar a situação o quanto antes.
Quem tem o CPF cancelado não pode abrir conta-corrente nem poupança em bancos. Além disso, o contribuinte também não pode pedir empréstimos, participar de concursos públicos, tirar passaporte, receber aposentadoria oficial, assinar financiamento imobiliário oficial nem mesmo receber prêmio de loteria.




Câmara deve votar nesta quarta-feira projeto que regulamenta terceirização

Câmara deve votar nesta quarta-feira projeto que regulamenta terceirização

Plenário da Casa aprovou nesta terça tramitação em regime de urgência.
Manifestação de centrais contra a proposta gerou tumulto e agressões.


A Câmara dos Deputados colocará em votação nesta quarta-feira (8) o projeto de lei que regulamenta contratos de terceirização. A proposta é o primeiro item da pauta. Na noite desta terça-feira (7), a Casa aprovou tramitação em regime de urgência para o texto, o que permite que ele seja analisado pelo plenário sem precisar passar por comissões.

Acordo firmado entre os partidos prevê que o texto principal da matéria seja votado nesta quarta. As sugestões de alteração propostas pelos deputados, no entanto, só deverão ser discutidas na terça da próxima semana. Criticada pelo PT e algumas centrais sindicais e defendida por empresários, a matéria permite que empresas contratem trabalhadores terceirizados para exercer qualquer função.
Atualmente esse tipo de contratação é permitida apenas para a chamada atividade-meio, e não atividade-fim da empresa. Ou seja, uma universidade particular, por exemplo, pode terceirizar serviços de limpeza e segurança, mas não contratar professores terceirizados. Pelo texto que será votado na Câmara, essa limitação não existirá mais. Além disso, o projeto prevê a forma de contratação tanto para empresas privadas como públicas.
Já o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) foi escalado para discursar a favor do projeto e disse que a regulamentação dos contratos de terceirização trará “segurança jurídica” para as empresas. Segundo ele, a ausência de regras claras para a terceirização gera múltiplas ações na Justiça contra as empresas e decisões que variam conforme o juiz.Durante a sessão que aprovou a urgência da tramitação, o deputado Alessandro Molon (PT-RJ) subiu à tribuna para criticar a proposta. Para ele, o projeto vai aumentar a terceirização e tornar “precárias” as condições de trabalho dos empregados. “Essa é a maior violação aos trabalhadores da história recente do país. [...] O PT é contra a piora das condições de trabalho e contra a redução dos salários dos trabalhadores”, disse.
“Queremos garantia jurídica, que a empresa tenha segurança de contratar e o trabalhador tenha direitos garantidos. E também que o país seja competitivo. No mundo inteiro é assim”, disse o tucano. 

Ao longo da terça-feira, o governo tentou adiar a votação da proposta, pedindo a Cunha que deixasse a análise do texto para o próximo mês. O presidente da Câmara rejeitou a solicitação e ironizou o argumento dos petistas de que é preciso “mais tempo” para debater a matéria.

“Não cedo a nenhum tipo de retirada do texto da pauta de ofício. Dizem que é pouco tempo para discutir, mas tem 11 anos que esse projeto tramita. O que acontece é que só na hora que está pautado é que as pessoas prestam atenção e tentam acordo”, disse o peemedebista.

Alterações
Na manhã de terça, o relator do projeto, Arthur de Oliveira Maia (SD-BA), foi procurado por ministros que buscavam mudanças na proposta. Após reunião com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ele alterou o texto para passar para a empresa contratante a responsabilidade pelos pagamentos de encargos previdenciários e do imposto de renda relativos a empregados terceirizados.
A preocupação do governo era de que as empresas terceirizadas não cumprissem com o pagamento dos tributos. A avaliação é de que é mais fácil controlar os pagamentos se eles forem feitos pela empresa que contrata o serviço. Já os pagamentos que vão para o trabalhador continuarão sendo feitos pelas empresas terceirizadas, entre os quais salário, férias e 13º.
Pela proposta original, a responsabilidade por esses custos era da empresa que terceiriza o serviço. Cabia à contratante somente fiscalizar todo o mês o cumprimento desses pagamentos.
Para obter o apoio de centrais sindicais, o relator também aceitou incorporar  ao projeto emenda do deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), ex-presidente da Força Sindical, que garante que o terceirizado será representado pelo sindicato dos empregados da empresa contratante, quando a terceirização for entre empresas com a mesma atividade econômica.

Segundo Paulo Pereira da Silva, essa emenda garante que o trabalhador receba as correções salariais anuais da categoria. “Um terceirizado tem todos os direitos da CLT, mas perdia a representação sindical, acabava ficando sem os efeitos da convenção coletiva. Tivemos uma reunião das centrais com o relator e, com a incorporação da emenda, vamos apoiar o texto. Só a CUT [Central Única do Trabalhador] continua  a se opor à proposta”, disse o deputado.
Tumulto
A tarde na Câmara foi de tumulto com a previsão de votação do projeto da terceirização. Manifestantes ligados a centrais sindicais fizeram uma manifestação do lado de fora da Câmara contra o texto. Eles tentaram entrar na Casa, mas foram impedidos por policiais.
O deputado Vicentinho (PT-SP), que apoia o protesto, disse que foi atingido nos olhos por spray de pimenta, durante a ação dos policiais. Já o deputado Lincoln Portela (PR-MG) afirmou que foi agredido por manifestantes ao tentar entrar na Casa.
O presidente da Câmara criticou os protestos e disse que deputados que tenham “incitado”  os manifestantes a invadir a Casa serão investigados e punidos. “Parlamentares que incitaram multidões a agredir ou invadir foram fotografados e filmados. Serão representados à corregedoria e haverá sanções. Um parlamentar não pode estimular atos dessa natureza. Certamente iremos representar à corregedoria, que vai aplicar a sanção devida contra cada parlamentar que agiu quebrando o decoro”, disse.
Cunha disse ainda que as pressões contrárias ao projeto o estimulam a votar mais rápido o texto. “Cada vez que há uma pressão dessa, exercida de forma indevida, temos que responder votando. Quando partem para a agressão, da minha parte isso só me estimula a votar”, disse.
Já o deputado Vicentinho (PT-SP) criticou a postura do presidente da Câmara e negou que parlamentares tenham estimulado agressões. “Não tinha deputado incitando nada. Só tinha eu e Erika Kokay (PT-DF). Eu fui falar com os policiais, porque eles estavam chutando os trabalhadores. E levei uma pimentada na cara. É mentira dele", afirmou.
Integrantes de entidades que representam os empresários também estiveram na Câmara para conversar com os deputados, entre eles o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, que defendeu o projeto. “Quem fala em perda de direitos não está falando a verdade, porque todos os funcionários estarão registrados pela empresa prestadora de serviço”, disse.
Requisitos
Ao mesmo tempo em que amplia as hipóteses de terceirização, o projeto de lei estabelece requisitos para que uma empresa terceirize serviços. Pelo texto, a empresa contratada deverá ter “objeto social único, compatível com o serviço contratado”. É permitida a existência de “mais de um objeto” quando a atividade recair na mesma “área de especialização”.
“Não vai poder mais existir a tal da empresa guarda-chuva, que oferece serviço de segurança, limpeza, transporte”, justificou o relator da proposta. A empresa terceirizada deverá ainda comprovar “aptidão técnica” para exercer a atividade, além de ficar responsável pelo planejamento e pela execução dos serviços.
A terceirizada será ainda responsável pela contratação, remuneração e direção do trabalho realizado por seus funcionários. O texto prevê que o contrato de terceirização deverá especificar o serviço a ser prestado, o local e prazo para realização da atividade.
As normas previstas na proposta atingem empresas privadas, empresas públicas, sociedades de economia mista, produtores rurais e profissionais liberais. O texto somente não se aplica à administração pública direta.
Fiscalização
Para garantir o pagamento aos terceirizados, o projeto de lei estabelece que a empresa que contrata os serviços deverá “fiscalizar” o cumprimento das obrigações trabalhistas decorrentes do contrato. Se forem observadas violações, a contratante poderá interromper os pagamentos à terceirizada.
Se as obrigações não estiverem sendo cumpridas, o projeto prevê que a empresa contratante poderá reter o pagamento do serviço terceirizado, até que a situação seja normalizada. A empresa pode, ainda, efetuar o pagamento de salários diretamente aos trabalhadores terceirizados. Neste caso, o sindicato da categoria será notificado pela contratante para acompanhar os pagamentos.
O texto estabelece ainda a possibilidade de retenção mensal 6% do valor da fatura de pagamento da contratante para a terceirizada. O montante será depositado em conta específica, em nome da empresa terceirizada. Os valores ficarão bloqueados e só poderão ser movimentados por ordem da contratante. Para ter os recursos liberados, a terceirizada deverá comprovar que quitou as obrigações previdenciárias e trabalhistas dos empregados que executaram os serviços previstos no contrato.
Pela proposta, se a empresa contratante não fiscalizar corretamente a terceirizada, ela passará a ter responsabilidade solidária em relação a todas as obrigações trabalhistas e previdenciárias que não forem cumpridas, ou seja, poderá ser acionada na Justiça para pagar a integralidade da dívida. Se comprovar a fiscalização, a responsabilidade será subsidiária, ou seja, será apenas obrigada a complementar o que a contratada, que causou o dano ou débito, não foi capaz de arcar sozinha.
Direitos
O projeto prevê também que os empregados terceirizados tenham os mesmos direitos assegurados no local de trabalho aos funcionários da empresa contratante: alimentação em refeitório, quando for ocaso; serviços de transporte; atendimento médico ou ambulatorial nas dependências da empresa; e treinamento adequado quando a atividade exigir.
A proposta estabelece a possibilidade da chamada “quarteirização”, ou seja, de a empresa terceirizada subcontratar os serviços de outra empresa. Este mecanismo só poderá ocorrer, porém, em serviços técnicos especializados e se houver previsão no contrato original.
Além disso, a "quarteirização" deverá ser comunicada aos sindicatos dos trabalhadores. O relator deverá ainda incorporar ao texto uma outra garantia ao funcionário que esteja nesta condição - a de que direitos trabalhistas e previdenciários também sejam responsabilidade da empresa contratante primária, ou seja, de quem requisitou os serviços da primeira terceirizada.
Qual o maior escândalo? A indústria da sonegação

Qual o maior escândalo? A indústria da sonegação

receitanova Qual o maior escândalo? A indústria da sonegação
"Vou lhe contar um pequeno segredo: aqui no Brasil empresas não gostam muito de pagar impostos".
Segredo para quem, cara pálida? O autor desta frase é exatamente quem deveria cuidar para que todos paguem seus impostos, o ministro da Fazenda Joaquim Levy. Em palestra que fez na semana passada, em São Paulo, a ex-alunos da Universidade de Chicago, onde também estudou, ele falou de passagem numa antiga prática, a sonegação fiscal, exercida desde sempre por amplos setores do alto empresariado nacional. Preferem pagar bons advogados e lobistas para pagar menos ou não pagar nada do que devem à Receita Federal.
Como de hábito, Levy depois tentou consertar o que disse, substituindo na transcrição oficial do inglês para o português a palavra "empresas" por "pessoas". Claro que ninguém gosta de pagar impostos, nem aqui, nem em Chicago, nem na China, mas o ministro deu azar de tocar neste assunto proibido justamente no momento em que a Polícia Federal deflagrava a Operação Zelotes, que está investigando 74 empresas suspeitas de causar um rombo de até R$ 19 bilhões aos já combalidos cofres públicos que Levy tenta salvar com seu ajuste fiscal.
Este é, de longe, o maior escândalo de corrupção da nossa história, quiçá do mundo, muito maior do que todos os mensalões e petrolões juntos, que há anos fazem a alegria da mídia udenista nativa, como mostram os números, que agora não tem mais jeito de esconder das manchetes e das capas de revista:
* Até o momento, do total do montante investigado, a Polícia Federal já identificou e comprovou prejuízos ao erário de R$ 6 bilhões causados pelo esquema, que envolve grandes grupos econômicos do porte dos bancos Bradesco,  Santander, Boston Negócios, Safra e UBS Pactual, e empresas como Ford, Gerdau, RBS, TIM, BRF, Petrobras, Light, Mitsubishi, Brascan e Marcopolo. Não tem cachorro pequeno nesta história e, até agora, não apareceram nomes de políticos (apenas uma sigla, a do PP, sempre ele, está na lista dos sonegadores investigados).
* Só este valor já corresponde a três vezes mais do que o total desviado no esquema de corrupção na Petrobras descoberto pela Operação Lava Jato e divulgado pelo Ministério Público Federal em janeiro: R$ 2,1 bilhões.
Para se ter uma ideia do que representa esta verdadeira indústria da sonegação, os R$ 19 bilhões e 77 milhões que deixaram de ser recolhidos à Receita Federal, só nos processos investigados até agora, estão próximos dos R$ 18 bilhões que o ministro Joaquim Levy pretende cortar este ano em benefícios trabalhistas e previdenciários, as principais metas do pacote fiscal que está paralisando o país. Ou seja, se o Ministério da Fazenda e a Receita Federal cobrassem dos grandes sonegadores o que devem, o governo nem precisaria fazer ajuste nenhum.
Só agora, com a Operação Zelotes, nós, simples contribuintes, ficamos sabendo da existência de um tal de CARF (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), a sigla que esconde o grande ninho da corrupção numa bilionária parceria público-privada, espécie de segunda instância a que as empresas podem recorrer quando se sentem "prejudicadas" pela fiscalização.
A curiosidade deste tribunal tributário especial é que ele é constituído de forma paritária por servidores do Ministério da Fazenda e representantes das confederações e sindicatos patronais, ou seja, das pessoas jurídicas autuadas pelo Fisco.
A cada dia, aos poucos, novos escândalos vão aparecendo e mostrando como o CARF se tornou um ótimo negócio para as empresas devedoras da Receita Federal. Vamos só pegar alguns exemplos:
* Para não pagar uma dívida relativa a suposta sonegação de impostos da ordem de R$ 793 milhões, o Banco Safra está sendo investigado pelo pagamento de uma propina de R$ 28 milhões negociada com conselheiros do CARF, entre eles um procurador da Fazenda Nacional, Jorge Victor Rodrigues, segundo denúncia do jornal O Globo, com base em gravações de conversas interceptadas pela Polícia Federal, com autorização judicial.
* As investigações da PF no processo da montadora Ford levaram a um ex-presidente do CARF, Edison Pereira Rodrigues, que oferece seus "serviços" em troca de módicos 2% a 3% do valor devido, com garantia de "95% de chances" de reduzir ou anular as multas da Receita Federal. "Caso contrário, perderão com certeza. A bola está com vocês", escreveu Rodrigues em e-mail encaminhado à empresa e apreendido pelos agentes federais, no qual informa já ter trabalhado também para a Mitsubishi, "com sucesso", segundo reportagem da Folha desta quinta-feira.
* A Marcopolo, fabricante de carrocerias de ônibus, é suspeita de pagar R$ 1 milhão de propina para não pagar multa no valor de R$ 200 milhões, segundo denúncia do Estadão, o primeiro jornal a levantar o assunto, que já relacionou vários outros gigantes citados nas investigações (ver acima), como bancos, montadoras, empresas do setor alimentício, de construção e de telecomunicações. Parece que quase nenhum setor escapa. Todas as empresas, é claro, negam irregularidades e garantem só atuar dentro da lei. Segundo o jornal, dez conselheiros e ex-conselheiros do CARF estão sendo investigados por envolvimento no esquema.
É muito bom que os três principais jornalões brasileiros agora disputem esta gincana para jogar mais luz no escândalo das propinas da sonegação, abrindo ao caso o mesmo espaço e dando-lhe o mesmo tratamento concedido aos casos anteriores que abalaram o país.  Antes tarde do que nunca. E o governo o que faz? A julgar pelas declarações de Levy e do secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, parece que ainda não está muito preocupado com isso.
Levy: "Não é uma coisa que se deva fazer com espalhafato, mas todas as ações serão e estão sendo tomadas". Quais? "O fortalecimento do Carf é um dos temas que elegi para a minha administração. É muito importante porque diminui a necessidade de se aumentar impostos". Fortalecimento? Como assim? Não seria melhor fechar de uma vez esta arapuca que só tem servido para sangrar os cofres públicos e encaminhar os reclamantes à Justiça comum, como qualquer um de nós?
Rachid: "Há 74 processos administrativos que estão sob suspeita pelas informações de que nós já dispomos (...) Mas não necessariamente os R$ 19 bilhões serão revertidos a favor da Fazenda Nacional". Por que não? O governo não está desesperadamente precisando de dinheiro para acertar as contas públicas? Não é justo aumentar a arrecadação, cobrando de quem pode e deve mais, em vez de cortar benefícios sociais de quem pode menos?
A crise não é só econômica, meus amigos. É política. O governo Dilma-2 precisa decidir de que lado fica.
E vamos que vamos.
Em tempo (atualizado às 14h):
Só para lembrar um detalhe que esqueci de colocar no texto acima: segundo estudo dos procuradores da Fazenda Nacional, a estimativa de sonegação fiscal para o exercício de 2015 está na ordem de R$ 500 bilhões.

por : ricardo kotscho                                                                                                                  conteúdo r7
Dólar fecha em queda pela 4º sessão seguida, a R$3,1292

Dólar fecha em queda pela 4º sessão seguida, a R$3,1292

Moeda fechou a semana mais curta com queda acumulada de 3,43%

re Severo/JC Imagem
O dólar encerrou em queda pela quarta sessão seguida nesta quinta-feira, acompanhando o cenário externo e refletindo o otimismo com o cenário político local mais tranquilo, enquanto espera a divulgação dos números sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos, que saem na sexta-feira.
A moeda norte-americana recuou 1,36%, a 3,1292 reais na venda, e fechou a semana mais curta com queda acumulada de 3,43%. Segundo dados da BM&FBovespa, o giro financeiro ficou em torno de 1,9 bilhão de dólares.
— É uma combinação de fatores, de menor pressão externa e acomodação das preocupações políticas no Brasil — disse o economista da Tendências Consultoria Silvio Campos Neto.
Apesar da tranquilidade vista nesta sessão, as próximas semanas ainda tendem a mostrar volatilidade, com a moeda norte-americana sensível a notícias pontuais sobre desdobramentos políticos no Brasil e indicadores econômicos nos Estados Unidos, que possam sinalizar quando será elevada a taxa de juros norte-americana.
— No Brasil, tem um início de percepção que talvez o pior esteja para trás, mas os dados ainda estão ruins, com inflação alta e dados fiscais e externos ainda sem mostrar virada — disse o consultor da InvestPort Dany Rappaport, acrescentando, no entanto, que conforme os avanços no ajuste fiscal começam a acontecer, a visão negativa começa a diminuir no Brasil.
Nesta sessão, o dólar também caía no mercado externo, com recuo de cerca de 0,7% em relação a uma cesta de moedas.
No cenário externo, o número de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA caiu inesperadamente na semana passada, sugerindo que o mercado de trabalho continua a expandir mesmo com o crescimento econômico enfraquecido. Logo após a divulgação dos dados, o dólar chegou a subir ante o real, mas voltou a perder força.
Na sexta-feira, apesar do feriado de Páscoa, o governo norte-americano divulga o dado de criação de vagas fora do setor agrícola, números acompanhados de perto pelo mercado como sinalizadores de eventual mudança na condução da política monetária do país.
Nesta manhã, o Banco Central vendeu a oferta integral de até 10,6 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 4 de maio, equivalentes a 10,115 bilhões de dólares. Até o momento, a autoridade monetária já rolou cerca de 10% do lote total.
Rússia diz que crise cambial terminou, mas que inflação deve subir

Rússia diz que crise cambial terminou, mas que inflação deve subir


MOSCOU (Reuters) - O governo da Rússia disse nesta quinta-feira que a sua crise cambial estava terminada, mas alertou que a inflação deve subir para acima dos dez por cento, o que é mais um problema para o governo do presidente Vladimir Putin, que enfrenta a pior turbulência econômica desde 1998 no país.
O rublo caiu para os seus menores níveis históricos na semana passada com a queda drástica do preço do petróleo, espinha dorsal da economia russa, e com as sanções ocidentais por causa da crise ucraniana, que tornaram praticamente impossível para as empresas russas buscarem empréstimos nos mercados do Ocidente.
No entanto, a moeda desde então reagiu, depois que as autoridades tomaram medidas para interromper a desvalorização e reduzir a inflação, que, depois de anos de estabilidade, ameaça a reputação de Putin de garantir a prosperidade do país.
As medidas incluíram um aumento na taxa de juros de 10,5 por cento para 17 por cento, cortes nas exportações de grãos e controle informal de capitais.
"A taxa chave foi elevada para estabilizar a situação no mercado cambial. Esse período, na nossa opinião, já passou. O rublo agora está se fortalecendo”, afirmou o ministro das Finanças, Anton Siluanov, ao Parlamento na quinta-feira.
Segundo ele, a taxa de juros será reduzida se a situação permanecer estável. A agência de risco Standard & Poor's afirmou nesta semana que poderia rebaixar a qualificação da Rússia já em janeiro devido à rápida deterioração da sua “flexibilidade monetária”.

(Tradução Redação Brasília)
Tribunal de Contas da União apura se Petrobrás aceitou ter prejuízo em acordo com estatal boliviana

Tribunal de Contas da União apura se Petrobrás aceitou ter prejuízo em acordo com estatal boliviana

Manobra teria permitido um repasse maior de dinheiro para a Bolívia

Petrobrás teria aceitado prejuízo para repassar mais dinheiro para estatal boliviana Reprodução
O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União investiga a suspeita de que a Petrobrás tenha aceitado tomar prejuízo em um contrato com a estatal boliviana YPFB. A manobra permitiria repasse maior de dinheiro ao país vizinho, governado por Evo Morales, um aliado ideológico do PT.
O MP aponta o ex-presidente da estatal José Sergio Gabrielli como responsável por um possível dano ao erário federal causado pela decisão. Mas quer que o TCU avalie se houve, de fato, prejuízo. O tribunal avaliará também quais as outras pessoas e instâncias da empresa responsáveis por aprovar um aditivo contratual que permitiu aos bolivianos diminuir o potencial calorífico mínimo do gás entregue diariamente pela YPFB à empresa brasileira.


Autor da representação, procurador Júlio Marcelo de Oliveira afirma que é necessário averiguar o caso.
— É imperativo averiguar o fato de a repactuação estar fora das práticas da indústria do petróleo e de não gerar aparentemente nenhuma vantagem para a empresa brasileira. É natural inferir que a repactuação, por conta da mudança do teor calorífico do gás, possa ser um acordo subreptício para majorar o valor efetivamente pago pela Petrobrás em razão do contrato.
A mudança foi feita em dezembro de 2009 em um contrato assinado entre Petrobrás e YPFB em agosto de 1996 para fornecimento de gás à estatal brasileira. O acordo original, relatou o procurador, estabelecia a compra de uma quantidade diária de gás com poder calorífico de 9.200 kilocalorias (kcal) por metro cúbico. Com a alteração, "sem explicação aparente", esse valor caiu para 8.200 kcal por metro cúbico.
Em outubro, esse mesmo contrato já havia chamado a atenção do Ministério Público por causa de outra modificação. Na ocasião, Oliveira pediu uma auditoria para apurar possível dano ao erário motivado pelo pagamento de US$ 434 milhões extras pelo fornecimento de gás boliviano.
O acréscimo foi justificado como "indenização" por componentes nobres misturados ao gás entregue à Petrobrás pela correspondente boliviana. Agora, por causa do aditivo, o procurador desconfia que pode ter havido um prejuízo ainda maior à estatal e ao País.

Em andamento

A apuração solicitada em outubro já começou e segue em andamento, informou a assessoria do TCU. Com a nova representação relacionada ao aditivo, essa investigação deve ter seu foco ampliado. A unidade do TCU responsável por conduzir a auditoria é a Secretaria de Controle Externo da Administração Indireta no Rio de Janeiro (SecexEstat), que produzirá um relatório a ser entregue ao relator, Vital do Rêgo, que sucedeu a José Jorge no TCU.
Na representação de outubro, Oliveira anexou reportagens sobre a atuação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em favor da indenização reivindicada pelo colega Evo Morales em 2007. Apontou também a ausência de justificativas técnicas para o aumento do valor.
O reajuste foi polêmico principalmente por causa da dúvida a respeito do aproveitamento das frações nobres - propano, butano e gasolina natural - escoadas pelo gasoduto Brasil-Bolívia com o gás natural. Em princípio, eles poderiam ser usados na indústria petroquímica. Mas, para isso, o Brasil teria de instalar, no curso do gasoduto, uma planta para separá-los e organizar um setor de venda específica das frações nobres. Essas unidades separadoras jamais foram instaladas.
— A Petrobrás estaria, pois, remunerando a Bolívia por algo que não teria nenhuma utilidade econômica para suas atividades.
Procurada pela reportagem, a Petrobrás não se pronunciou sobre o caso. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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