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Bombou na semana, Veja aqui.

René Simões denuncia.

René Simões denuncia.

Dirigentes queriam escalar o Botafogo. Por isso foi mandado embora. Deixando o clube em primeiro lugar na Série B. Esse é o futebol brasileiro…


Para quem duvida como as coisas acontecem no futebol brasileiro. René Simões assumiu o Botafogo só com duas missões. Classificar o time para a Série A. E classificar a equipe entre os quatro no Carioca. Apenas isso.
Ele ouviu dos dirigentes que não teriam como pagar muito. A dívida do Botafogo é a maior do Brasil. Já são R$ 845 milhões. Ele aceitou o salário de R$ 70 mil mensais. Um dos menores do país.
A torcida e a diretoria estavam conformados. Acreditavam em campanhas medianas. E até aceitariam. Pelo menos eram o que disseram a René.
Mas veio o Campeonato Carioca. O clube conseguiu se superar e chegou à decisão do título. O que incendiou o ambiente. Todos passaram a acreditar e cobrar o título. Mas o Vasco conseguiu ser campeão.
Por irônico, seria melhor se o Botafogo não tivesse chegado. Veio a Série B. Mesmo com um time limitado, o time é o líder da competição. Está em primeiro lugar. Mas a Copa do Brasil também seria disputada ao mesmo tempo.
A equipe passou pelo Botafogo da Paraíba e Capivariano. Chegou o Figueirense. Antes da Copa América, o time conseguiu excelente resultado. Empatou em 2 a 2 em Santa Catarina. No jogo da volta, no Rio, criou inúmeras chances. Chutou bola na trave. Poderia empatar em 0 a 0, 1 a 1.
Mas tomou um gol aos 46 minutos do segundo tempo. De letra de Marcão. O time estava eliminado em pleno Engenhão. Dirigentes ensandecidos. O pior deles, o vice de futebol, Antonio Carlos Mantuano, tentou agredir o técnico do Figueirense, Argel. Foi contido por seguranças, em uma cena lamentável.
1reproducao28 René Simões denuncia. Dirigentes queriam escalar o Botafogo. Por isso foi mandado embora. Deixando o clube em primeiro lugar na Série B. Esse é o futebol brasileiro...
Depois a raiva foi ser descontada em René Simões, o técnico. Baratinho, fácil de mandar embora. E assim aconteceu. Com o Botafogo em primeiro lugar da Série B.
Seria uma maneira de acalmar os torcedores. E a imprensa. Repassar a culpa e ponto final. Só que René Simões fez questão de enviar uma carta aberta de despedida.
E o experiente treinador de 63 anos mostra outros absurdos. Entre eles, dirigentes que desejavam escalar um jogador ou outro. E tiveram seus interesses contrariados. Este seria o verdadeiro motivo de sua demissão.
Nada mais deve causar espanto neste futebol brasileiro. Abaixo a inacreditável carta de René Simões. O homem que foi contratado para colocar o clube pelo menos entre os quatro do Carioca. Fez o clube, o segundo.
E, a prioridade, fazer o clube um dos quatro primeiros Série B. A quarta colocação seria mais do que aceitável. É mandado embora liderando a competição.
1sspress René Simões denuncia. Dirigentes queriam escalar o Botafogo. Por isso foi mandado embora. Deixando o clube em primeiro lugar na Série B. Esse é o futebol brasileiro...
"Caro torcedor alvinegro,
Costumo dizer que o treinador só tem uma certeza – a incerteza de seu cargo. Ontem isso ficou comprovado na prática. Tenho optado em minha carreira em não me pronunciar nesses momentos, pois não gosto de aumentar especulações. Porém, minha passagem pelo Botafogo, assim como minha saída, foi diferente de muito o que já vivi, e quis dividir isso com vocês. Peço licença aos jogadores, aos quais disse ontem que não iria falar nada.
Entrei no Botafogo com duas missões dadas pela Diretoria – ficar entre os primeiros quatro times do Carioca e subir para a Série A. Saio com a conquista da Taça Guanabara, o vice-campeonato Carioca e a liderança da Série B.
Sim, estávamos passando por um momento difícil, com resultados atípicos para o padrão que foi estabelecido durante a minha passagem. Padrão esse que estava muito além do que qualquer um poderia imaginar no início do ano. Em junho, avisei à Diretoria que passaríamos por um período difícil. Exatamente como aconteceu com o Corinthians e pelo mesmo motivo: desmontagem do grupo inicial. Dito e feito.
4ae12 René Simões denuncia. Dirigentes queriam escalar o Botafogo. Por isso foi mandado embora. Deixando o clube em primeiro lugar na Série B. Esse é o futebol brasileiro...
Para você, torcedor apaixonado (mesmo que conhecedor de futebol), às vezes é difícil entender por que um treinador insiste em um jogador ou outro, mas a verdade é que a saída do Mattos, Jobson, Gilberto e Bill afetaram o time. Um jogador não precisa fazer gol ou ser o melhor em campo para ter um efeito importante nos outros 10. As lideranças fazem diferença.
Não costumo me despedir dos jogadores ao ser mandado embora e fazer entrevistas coletivas. Ontem, pela primeira vez, me despedi deles. Precisava fazer isso, pois o grupo, apesar do que alguns dizem, estava muito unido. Costumo brincar que um treinador tem 11 jogadores que gostam muito dele, 7 que gostam dele e outros tantos que querem que ele seja mandado embora. Nenhum jogador que se preze gosta de ficar fora, mas a sintonia do grupo estava muito boa. Ouso até dizer que foi o grupo mais coeso e profissional com o qual já trabalhei.
Além do mais, não escondo de ninguém que quem escala, tira ou põe sou eu. Para alguns, isso pode ser considerado intransigência, mas escuto apenas a Comissão Técnica e mais ninguém, assumindo 100% de responsabilidade na função para a qual fui contratado. Isso aborreceu alguns, que me chamavam de dono da verdade.
Soube, através da mídia, que o estopim da decisão para minha saída foi a entrevista na qual elogiei a equipe apesar da derrota. Você torcedor, que acompanha cada passo do time, sabe que em todas as entrevistas desde o começo do Carioca comentei performance, independente de resultado. E em inúmeras vezes disse que achei que o time foi mal apesar da vitória, pois me baseio em indicadores, números e estatísticas para passar a minha análise do jogo.
Não poderia ser diferente no jogo contra o Figueirense. Jogamos o primeiro tempo muito bem sim, como fazíamos no Carioca. Com a saída do Elvis e do Otavio, caímos no segundo tempo e não mantivemos o mesmo nível. Isso jogando contra um time de Série A, numa competição que não estava nos planos de meta para 2015, e na qual, infelizmente, perdemos o primeiro jogo na competição, e no nosso estádio, aos 47 minutos do segundo tempo. Fiquei zangado com a derrota, mas resignado em poder focar no Brasileiro, pois estávamos todos confiantes de que o trabalho tinha qualidade suficiente para contornar esse momento difícil. Afinal, alguém esperava que o ano do Botafogo fosse fácil?
5ae7 René Simões denuncia. Dirigentes queriam escalar o Botafogo. Por isso foi mandado embora. Deixando o clube em primeiro lugar na Série B. Esse é o futebol brasileiro...
Minha surpresa foi apenas ao ver que, ao contrário de algumas mensagens internas que recebi em momentos de vitórias, todo o caminho difícil não seria mais trilhado junto. Prefiro ficar com a lembrança das mensagens mais verdadeiras, que recebi ontem. Geralmente quando se está "por baixo" o telefone raramente toca, e receber tantas mensagens e telefonemas de apoio me deixou muito feliz. Quero agradecer a todos que o fizeram.
Saio de cabeça erguida como sempre. Saio com a sensação de ter cumprido tudo aquilo que me foi estabelecido, e com a certeza de que o tempo que gastei me reciclando e me atualizando antes de voltar a atuar como técnico de futebol me fez muito bem, e que tenho uma comissão técnica muito competente.
Aos funcionários, jogadores e torcedores do Botafogo, agradeço pelo tempo que passei no clube, do qual sempre terei boas lembranças.
Obrigado
René Simões"
É bom o novo treinador ler com atenção a carta de René. E se preparar.
Talvez tenha de fazer uma pergunta singela aos dirigentes.
"Qual é o time que eles querem ver escalado?"

Assim é o futebol brasileiro...
6ae2 René Simões denuncia. Dirigentes queriam escalar o Botafogo. Por isso foi mandado embora. Deixando o clube em primeiro lugar na Série B. Esse é o futebol brasileiro...

por Cosme Rímoli
Nomofobia: Uso excessivo de celular pode levar à ansiedade, tremor e até depressão

Nomofobia: Uso excessivo de celular pode levar à ansiedade, tremor e até depressão

Tempo no celular não significa vício, mas é preciso cuidado com as consequências 

Ansiedade, perda de contato com pessoas próximas, sentir-se mais feliz na vida virtual que na realidade, se preocupar com as curtidas e compartilhamentos de uma foto, e deixar de aproveitar os momentos da vida para postar uma selfiesão alguns dos sinais de que você está passando do limite. Uso abusivo do celular pode se tornar um transtorno psicológico, chamado nomofobia, que pode desencadear em depressão, alertam os especialistas.

De acordo com a psicóloga do Programa de Transtornos do Impulso do Instituto de Psiquiatria da USP (Universidade de São Paulo) Dora Goes, o abuso do uso de celular pode se tornar um transtorno, conhecida como nomofobia, do inglês “no mobile phobia” (medo de ficar sem o celular). O excesso não está relacionado ao tempo em que a pessoa fica no aparelho, mas aos prejuízos que o uso acarreta na vida.

— Muita gente usa o celular o tempo todo, mas ainda têm o controle da situação. Quando ela coloca em risco alguma atividade que faz ao usar o celular, quando não consegue se concentrar em outras atividades por estar focada no que está acontecendo no aparelho aí já pode ser um problema.
Dora ainda explica que o transtorno é percebido quando o uso do celular passa a ter prejuízos na vida da pessoa. Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha em 2014, 62,5 milhões de pessoas acessam a internet pelo celular no Brasil. Ainda de acordo com o estudo, esse número aumentou mais de 20 milhões de 2013 para 2014. O estudo mostrou que, mesmo em casa, 52% das pessoas continuam acessando a internet pelo celular.
O pesquisador do Instituto Delete, empresa dedicada a orientar e informar a sociedade sobre o uso consciente das tecnologias, Eduardo Guedes afirma que a principal causa para o abuso no uso do celular é a ansiedade.
— Muitas pessoas usam o celular como muleta, porque se sentem sozinhas, e veem o celular como companhia. São ansiosas, têm pânico, e o celular faz o contato com o mundo.
Para o pesquisador, o principal problema é a substituição da vida social pelas relações virtuais, e isso se torna um círculo vicioso, que se agrava cada vez mais.
— Tivemos uma paciente extremamente ansiosa que trocou o vicio do cigarro pela tecnologia. Ela teve problemas pulmonares por causa do cigarro e trocou o vício. Ela começou a jogar a fazendinha do Facebook, mas o grau de dependência era tanto, que se ela tivesse problemas de conexão com a internet, ela ia para a lan house mais próxima a casa dela para fazer a colheita na hora certa.
De acordo com a psicóloga, os mais jovens, entre 13 e 25 anos, são os mais propensos a desenvolverem o vício, idade na qual a opinião dos outros ainda é muito influente. Segundo dados de 2013 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 66% da população brasileira acima de 10 anos possuía telefone móvel.
Guedes ainda afirma que o uso abusivo nas redes sociais acontece porque falar de si mesmo gera prazer. Segundo ele, em uma conversa normal, falamos de nós mesmos 30% do tempo. Nas redes sociais, falamos de nós cerca de 90% do tempo. E isso é alimentado pelas curtidas e comentários dos outros usuários.
Na visão da psiquiatra da USP, além do prejuízo social, das relações interpessoais, outra consequência negativa é a alteração do padrão do sono.
— As pessoas simplesmente não desligam o celular. Tem gente que dorme com o celular debaixo do travesseiro pra ver as mensagens durante a noite. Por isso, a alteração do padrão do sono também se caracteriza como sintoma, e mais do que isso, como consequência, porque isso afeta todas as demais atividades que a pessoa faz.
Consequentemente, tudo se torna uma cadeia de prejuízos, explica Dora. Já que, além de dormir mal, a pessoa acaba produzindo menos, seja no trabalho ou na escola, porque não teve um sono reparador. Falando em outras atividades, um dos maiores perigos é o trânsito, não só pelo fato de poder acabar dormindo ao volante, mas também pelo fato de não parar de ver mensagens enquanto dirige.
Além do vício e do padrão do sono, a psquiatra afirma explica que outras consequências da nomofobia podem ser a falta de concentração, problemas de visão (por causa da exposição à tela), sedentarismo, tendinite, problemas na coluna por causa da postura, e até na alimentação.
— O vício em tecnologia pode mascarar a depressão. Normalmente, a pessoa se sente mal por algum motivo externo e começa a se esconder nas redes sociais. O problema é que isso acaba virando um círculo, porque ela se isola ainda mais e se sente mais sozinha, e isso continua.
“Mostrar é mais importante do que o viver”
Dora acredita que as pessoas desaprenderam a viver. Para a psicóloga, muitos viraram reféns de curtidas e compartilhamentos.
— Ao invés de serem felizes, elas querem mostrar que são. O mostrar passou a ser mais importante do que o viver ou fazer. Isso faz com que a pessoa tenha menos prazer em viver a vida.
A especialista dá o nome de sociedade do espetáculo para este fenômeno. Para ela, as pessoas se sentem mal com a vida que têm, e precisam mostrar o que estão fazendo para agregar valor ao que fazem.
— Para mim, há uma deturpação do que agrega valor à vida ou não. Mas isso é retroalimentado, porque quanto mais eu mostro, mas os outros querem ver. As pessoas deixaram de disfrutar do momento para postar. E fica um buraco, uma falta de sentido, e os likes e comentários preenchem esse vazio. Ai, quando vem o vazio de novo, eu posto outra vez. A pessoa se torna extremamente dependente da opinião dos outros. A noção de felicidade é instantânea.
Dora Goes ainda ressalta que quem convive com a pessoa que exagera no uso do celular percebe melhor a dependência.
— A pessoa até sabe que usa muito, mas normalmente perde o senso crítico de que está exagerando. Por isso, quem está convivendo com a pessoa percebe melhor e deve procurar ajuda.
Segundo Guedes, a questão é que normalmente se percebe quando o vício já está no último estágio, do conflito com pessoas mais próximas.
— Por isso que é importante o trabalho de conscientização para a prevenção. Porque o uso do celular ainda é socialmente aceito. Se você está no trânsito e vê alguém bebendo enquanto dirige, você se incomoda, mas se você vê a pessoa no celular ou digitando uma mensagem, ainda não é visto como um problema.
Yane Marques conquista ouro na torcida, na exaustão e com muita garra

Yane Marques conquista ouro na torcida, na exaustão e com muita garra

Experiência de três Jogos Pan-Americanos ajudaram brasileira a vencer em Toronto.

Yane Marques voltará ao Brasil com medalha de ouro na bagagemSérgio Dutti/Exemplus/COB
Começar uma disputa às 11h15 da manhã e terminar por volta das 19h20, com apenas alguns períodos para descansar. E com um calor de quase 30°C. Só de pensar, já dá para ficar exausto. Então, nada mais normal do que desabar no chão logo após cruzar a linha de chegada ao fim de todas as provas. Foi isso o que fez a brasileira Yane Marques ao terminar a disputa do pentatlo moderno, nos Jogos Pan-Americanos de Toronto (CAN). Mas tanto sacrifício valeu a pena, afinal, ela faturou a medalha de ouro na exaustiva competição.

A experiência de estar em seu terceiro Pan (venceu em 2007, no Rio de Janeiro, e ficou com a prata em 2011, em Guadalajara-MEX) pode ter feito a diferença na disputa contra a mexicana Tamara Vega, de 22 anos. Mas também a força dos torcedores ajudou na disputa. Na arquibancada do local de competições, a brasileira tinha uma torcida particular na cidade canadense, liderada pela mãe Gorete.

A matriarca da família que venceu o receio de assistir à prova de equitação. Uma queda de cavalo da filha em 2004 ainda assombra.

— Ela não assiste. Toda vez que vê, acha que vou morrer. Foi uma queda muito forte, fiquei com um dreno na perna. Mas é a prova que mais gosto. Meu momento mais feliz, é o mais preocupante para minha mãe — declarou a atleta brasileira.

Aos 31 anos, Yane começou arrasadora a disputa do pentatlo. Venceu as duas disputas da esgrima e a natação. Mas foi justamente na equitação que ela perdeu tempo e ficou apenas na décima colocação. Com os resultados, Yane iniciou a disputa da prova combinada (corrida e tiro) com 36 segundos de vantagem para a 2 colocada, a mexicana Tamara.

Mas alguns erros no tiro e a dificuldade com o piso na corrida, fizeram tal distância ser diminuída. E na reta de chegada, Yane cruzou um segundo na frente da adversária. E ambas desabaram no chão.

— Estou muito feliz. É um reconhecimento. Foi uma prova muito dura, com um final emocionante — disse.

— Só cheguei. Na última volta, vi que ela estava forte e precisava ter uma carta na manga. Ela queria me passar, mas eu queria o ouro. Cheguei quase morta — completou.
Quase morta e com o ouro!
Marco Polo del Nero desafia Globo.

Marco Polo del Nero desafia Globo.

Com medo de extradição, não vai para a reunião da Fifa na Suíça. Nem ao sorteio na Rússia. Seleção fica órfã na definição das Eliminatórias. Guerra à vista…

"Se nós não tivermos representatividade na reunião da Fifa no dia 20, se não for ninguém com medo de ir na Suíça, então é hora de zerar a pedra e começar de novo. Não podemos não ter o presidente da CBF na Copa América e não podemos não ter o presidente da CBF na reunião da Fifa que funciona para decidir o destino do futebolmundial. O Brasil é peça importante. Então vai caber a ele (Marco Polo Del Nero) ter que entender que não pode mais exercer o cargo (se não for à Suíça)."

Esse foi o discurso de Galvão Bueno, encarando a câmera, em tom editoral, no programa Bem, Amigos, no canal de esportes da TV Globo, Sportv. Era a noite do dia 6. Há 12 dias.
Ninguém na tevê tem o direito de falar em tom editoral sem que a direção saiba. Ainda mais o dono da voz oficial de esportes da emissora. Galvão intimou Marco Polo del Nero e a cúpula da Globo sabia. Era mais do que um recado. Uma ameaça. Ou Marco Polo cuidasse dos interesses da Seleção ou perderia o apoio da empresa que detém o monopólio do futebol e da Seleção desde a Ditadura Militar.
Pois Marco Polo del Nero aceitou o desafio. Como o próprio Galvão Bueno frisou, o presidente da CBF tem medo. Seu grande parceiro, o ex-presidente da CBF, José Maria Marin está preso na Suíça. Com crises de choro, amedrontado com a possibilidade de ser extraditado para os Estados Unidos, onde deverá ser julgado por corrupção, lavagem de dinheiro. Sua pena pode chegar a 20 anos. O fato de ter 83 anos não ameniza o poder da justiça norte-americana.
Marco Polo foi vice de Marin. Tomavam juntos as principais decisões em relação ao futebol brasileiro, à Seleção. Quanto às negociações, ninguém sabe se assinavam documentos juntos. Del Nero diz que não. Mas se houver qualquer acusação do FBI ou do Departamento de Justiça Norte-Americana, a pior coisa que ele poderia fazer seria sair do Brasil.
Em nome da 'autonomia nacional', as extradições no país são quase impossíveis. Ao contrário de vários países pelo mundo. Por isso Marco Polo não foi ao Chile acompanhar a Seleção na Copa América. E por isso não vai para a Suíça, na importantíssima reunião de segunda-feira.
2ap7 Marco Polo del Nero desafia Globo. Com medo de extradição, não vai para a reunião da Fifa na Suíça. Nem ao sorteio na Rússia. Seleção fica órfã na definição das Eliminatórias. Guerra à vista...
O interesse da Globo é a proteção à Seleção Brasileira. A emissora sabe que o time de Dunga não desperta confiança. A geração de jogadores se mostrou imatura e fraca tecnicamente na primeira competição após o vexame da Copa do Mundo. A eliminação da Copa América, diante dos paraguaios frustrou novamente a população. A rejeição à Seleção é algo evidente nos índices de audiência, nas pesquisas. Nas vaias nos estádios.
Galvão e os executivos globais queriam que a Seleção não estivesse órfã na reunião. Por vários motivos. O principal. O Brasil exercer seu prestígio de pentacampeão do mundo no sorteio das Eliminatórias, marcado para o próximo sábado, na Rússia. Não é possível escolher a sequências dos adversários, evidente. Mas pelo menos seria fundamental ter os dois primeiros jogos em casa.
A razão é a suspensão de Neymar. Por uma estúpida decisão da CBF, a entidade não recorreu da pena de quatro partidas impostas pela Conmebol ao principal jogador brasileiro. A Globo fez questão de noticiar que a decisão foi de Dunga. Ele queria mostrar que o grupo poderia viver sem o atacante do Barcelona. E que passaria pelo Paraguai. E faria os dois últimos jogos da Copa América, a semifinal, a final ou a decisão do terceiro lugar. Com a Seleção disputando mais duas partidas, Neymar estaria livre para as Eliminatórias.
Mas tudo o que Dunga acabou provando é o quanto continua refém de Neymar. Sem ele, o Brasil sucumbiu diante dos paraguaios. E ele tem dois jogos para cumprir nas Eliminatórias Sul-Americanas.
O Brasil estagnou. Mas os adversários cresceram. Não só na técnica como taticamente. Argentinos, chilenos, uruguaios, colombianos e paraguaios são rivais perigosos de verdade. Peruanos formam uma grupo emergente. Equador e Bolívia têm a altitude como cúmplice. E até os venezuelanos melhoraram.
Não será fácil a disputa das quatro vagas diretas para a Copa de 2018. O quinto lugar vale a repescagem.
2ae17 Marco Polo del Nero desafia Globo. Com medo de extradição, não vai para a reunião da Fifa na Suíça. Nem ao sorteio na Rússia. Seleção fica órfã na definição das Eliminatórias. Guerra à vista...
A Globo ganhou da Fifa o direito de transmitir os Mundiais da Rússia e do Catar. Não houve nem abertura para a concorrência nas tevês abertas brasileiras. Foi um prêmio pela parceria, cumplicidade com a Fifa na Copa de 2014. Só que de nada adiantaria ter a exclusividade se o Brasil estiver de fora da Copa de 2018. Seria caótico. Prejuízo bilionário.
Com o fracasso na Copa América, a Globo já perdeu o Brasil na Copa das Confederações em 2017. Depois de sete consecutivas disputas do torneio. Isso é péssimo nesta crise econômica. Pode espantar os patrocinadores que bancam R$ 1,6 bilhão para mostrar o futebol. A Coca Cola, parceira de muitos anos, já desistiu. Percebeu o crescente desinteresse, a desilusão do brasileiro com a Seleção.
A ausência de Marco Polo não só na reunião de segunda-feira na Suíça, como também no sorteio das Eliminatórias, deixa a Seleção órfã. Ninguém tem a representatividade do presidente da CBF para brigar pelos interesses da Seleção. Da Globo. Por isso a revolta de Galvão.
Nenhuma empresa deste país quer o sucesso da Seleção nas Eliminatórias, na Copa, como a Globo. Significa lucro. Além da apreensão sobre Neymar e o caminho brasileiro, há um item importantíssimo. Os dias e horários dos jogos.
Os presidentes da CBF costumam brigar para o que é melhor para a emissora. Levam bilhetes com os dias e horários ideais dos jogos. Para que não atrapalhem a novela, Fausto Silva, Luciano Huck. Sem Marco Polo, as partidas podem travar a grade de programação da emissora. E atrapalhar os patrocinadores das novelas, por exemplo. Outro imenso motivo de irritação da Globo. E razão para que o dirigente viajasse para a Suíça e Rússia. Mas ele não vai.
3ap5 1024x614 Marco Polo del Nero desafia Globo. Com medo de extradição, não vai para a reunião da Fifa na Suíça. Nem ao sorteio na Rússia. Seleção fica órfã na definição das Eliminatórias. Guerra à vista...
A emissora pode mudar a postura em relação ao futebol no país. Assim como o seu principal programa, o Fantástico, passou a mostrar as mazelas do governo federal, o tom da cobertura do esporte poderá de ser tão festiva. A situação é gravíssima na CBF.
O ex-presidente está encarcerado, preso na Suíça. O atual não pode deixar o país. A situação de Marco Polo é inviável para o futebol brasileiro.
Na noite do dia 6, só quem é desprovido de neurônios não compreendeu a mensagem de Galvão Bueno.
"Então vai caber a ele (Marco Polo Del Nero) ter que entender que não pode mais exercer o cargo (se não for à Suíça)."
No discurso estava implícito. Ou o dirigente fosse para a Suíça ou renunciasse. Foi um desafio público. Marco Polo não vai fazer nem uma coisa nem outra. Com a desculpa da CPI da CBF em Brasília, ele está arregimentando aliados nas federações para se fortalecer. E se preparar até mesmo para uma pressão para sua renúncia por parte da Globo. Esperto, Marco Polo sabe que a emissora tem condições de jogar a opinião pública contra ele. Mas está se preparando para resistir. Quer os presidentes das federações com ele em todas as decisões.
2cbf Marco Polo del Nero desafia Globo. Com medo de extradição, não vai para a reunião da Fifa na Suíça. Nem ao sorteio na Rússia. Seleção fica órfã na definição das Eliminatórias. Guerra à vista...
Tomará todas as decisões do seu luxuoso gabinete no milionário prédio da CBF, na Barra da Tijuca, no Rio. No máximo, irá para Brasília acompanhar e depor na CPI. Sabe que será convocado.
O dirigente já sabe que a Conmebol deve mesmo exigir apenas duas sedes para a disputa do Mundial. Não haverá como fazer política, agradar vários governadores, prefeitos, com Ricardo Teixeira fazia. Por exemplo, para 2010 a Seleção jogou em sete cidades. Rio de Janeiro (três jogos), São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador e Campo Grande.
Sendo apenas duas sedes, uma está definida. Será no Rio de Janeiro, no Maracanã. A outra está entre Salvador ou Recife. Nada de cidades com torcidas impacientes, exigentes como São Paulo ou Porto Alegre.
Quanto a Neymar, já mandou o departamento jurídico apelar à última instância, para o Tribunal Arbitral Autônomo da Fifa. Del Nero tem esperança de ao menos diminuir os dois jogos suspensos. E ele ficar fora apenas da primeira partida das Eliminatórias.
Sem hipocrisia, a ausência do presidente da CBF na reunião da Fifa é lamentável. Na segunda-feira ficará definida também o que a entidade fará em relação à sucessão de Blatter. Fora todas as discussões sobre as Eliminatórias. Depois, no próximo sábado, nos sorteios, outra vez o país estará órfão. Mande o representante que for, não será a mesma coisa.
A Globo já previa a ausência de Del Nero.
E por isso já sugeriu a renúncia.
Só que Marco Polo não viajará e nem aceitou a sugestão de ir embora.
Mais.
Promete mostrar que quem manda no futebol brasileiro é ele.

Guerra à vista...

por Cosme Rímoli
Thiago Pereira é o maior medalhista do Pan-Americano

Thiago Pereira é o maior medalhista do Pan-Americano

Atleta não precisou nem nadar a final do 4x100 medley para quebrar o recorde dos Jogos.

Thiago Pereira nadou as classificatória para o 4x100 metros e conseguiu mais um ouro com o Brasil no Pan-AmericanoSérgio Dutti/Exemplus/COB
O Pan-Americano tem um novo recordista de medalhas. E ele é brasileiro. Thiago Pereira não precisou nem nadar a final do 4x100 metros medley para conquistar neste sábado (18) o ouro com a equipe e alcançar incríveis 23 medalhas na história da competição, uma a mais que o ex-ginasta cubano Erick López Ríos.

A última chance de superar o cubano aconteceu logo na última prova, do último dia de natação em Toronto 2015. Roteiro exato de um filme com final feliz para aquele que carrega o apelido de Mister Pan. O título da prova veio com Guilherme Guido, Felipe França, Arthur Mendes e Marcelo Chierighini, com direito a recorde pan-americano, com 3min32s68. Estados Unidos (3min33s63) e Canadá (3min34s40) completaram o pódio.
Guido, França, Mendes e Chierighini deram uma força para PereiraErich Schlegel/Reuters
"Quando a gente está junto, as coisas ficam mais fáceis... Ou menos difíceis", resumiu França, em entrevista à Record.

Minutos antes, Pereira já havia conquistado a prata nos 200 metros medley. Foi nessa prova em que ele empatou em 22 medalhas com o cubano, mas nem teve tempo de festejar e já foi logo se preparar para a decisão. O atleta levou a medalha no 4x400 metros medley por ter participado de uma eliminatória pela manhã.

Pereira, de 29 anos, tem agora 15 ouros, quatro pratas e quatro bronzes em Pan-Americanos. A história dele com o Pan começou ainda em Santo Domingo 2003, quando subiu ao pódio em duas oportunidades. Mas foi no Rio 2007 em que se consolidou como um dos principais atletas do País, ao conquistar oito medalhas. Em Guadalajara 2011, outras oito medalhas e o justo apelido de Mister Pan.
Contribuinte que deixar de declarar IR pode ter o CPF cancelado

Contribuinte que deixar de declarar IR pode ter o CPF cancelado

Quem está obrigado a declarar e não acertar as contas com o Leão fica irregular



Quem tem o CPF cancelado não pode abrir conta-corrente nem poupança em bancosCarlos Poly/ACS/Araucária
A Receita Federal estipula diversos critérios que tornam um contribuinte obrigado a apresentar a declaração do IR (Imposto de Renda) todos os anos. Confira aqui quais são os critérios e as condições para acertar as contas com o Leão neste ano.
O contribuinte que deixar de declarar pode ter o CPF (Cadastro de Pessoa Física) cancelado, conforme explica Ana Cláudia Utumi, sócia responsável pela área tributária de TozziniFreire Advogados.
— Primeiro, o CPF pode ficar irregular. E, se ficar assim por muito tempo, pode ser até cancelado.
Além disso, o contribuinte que não fez a declaração de anos anteriores tem que regularizar a situação — enviando o documento e pagando a multa. Quem deixa de enviar a declaração de rendimentos para o cálculo do imposto de renda está sujeito a multa mínima de R$ 165,74, limitada a 20% do imposto devido.
— O valor da multa é calculado com base no imposto devido e leva em consideração o tempo de atraso. Por isso, os contribuintes em atraso de vem regularizar a situação o quanto antes.
Quem tem o CPF cancelado não pode abrir conta-corrente nem poupança em bancos. Além disso, o contribuinte também não pode pedir empréstimos, participar de concursos públicos, tirar passaporte, receber aposentadoria oficial, assinar financiamento imobiliário oficial nem mesmo receber prêmio de loteria.




Seguro de celular e de carro podem custar o mesmo preço. Saiba se vale a pena proteger seu aparelho

Seguro de celular e de carro podem custar o mesmo preço. Saiba se vale a pena proteger seu aparelho

Valor da apólice e da franquia precisam ser considerados antes de contratar o serviço


Seguradoras cobrem apenas casos de roubo e furto qualificadoThinkstock
Seguro é o tipo de serviço que, se você precisar fazer, espera nunca ter que usar. Porém, com smartphones cada vez mais caros e os roubos e furtos mais frequentes nas grandes cidades brasileiras, aumenta também a procura pelo seguro de celular. É algo relativamente novo nesse mercado e que exige cuidados na hora de adquirir.
Avaliamos os contratos e preços de quatro grandes seguradoras: Zurich (Vivo), Porto Seguro, Mapfre (segurar.com) e Assurant (bemmaisseguro.com). Sem ler com cuidado, acaba passando desapercebidas cláusulas que podem transformar o seguro em uma grande dor de cabeça.
Uma apólice anual de um iPhone 6 Plus de 128 GB — o modelo mais caro da marca, vendido a R$ 4.699 na loja da Apple — chega a custar R$ 1.277 na Porto Seguro. O valor é semelhante ao do seguro de um carro popular, por exemplo. 
A pessoa que fizer esse seguro e for assaltada ainda vai ter que desembolsar uma franquia que é de 20% do valor do aparelho: R$ 939,80. Ou seja, ter o aparelho de volta vai ter custado R$ 2.216,80, valor que inclui o seguro anual.
Na opinião do vice-presidente do Sincor-SP (Sindicato dos Corretores de Seguro no Estado de São Paulo), Boris Ber, esse tipo de seguro ainda é caro porque o risco de sinistro é bem mais alto do que o de um carro, por exemplo.
— Mas o preço tende a cair, na medida em que pessoas de bom caráter, que não cometam fraudes, forem fazendo esse seguro. 
O gerente-técnico do Idec (Instituto de Defesa do Consumidor), Carlos Thadeu de Oliveira, alerta sobre a importância de saber exatamente aquilo que se está contratando, já que o serviço pode custar caro e não atender as necessidades.
— Normalmente, a pessoa recorre a esse seguro prevendo situações que não são cobertas por ele. Por exemplo, um furto simples ou a perda do celular. Aí quando ela vai comunicar o sinistro e solicitar a indenização, descobre que não tem direito. Por isso, é preciso avaliar com calma antes de aceitar qualquer coisa. 
Foi o que aconteceu com a assistente financeira Iris de Sousa Beserra. Ela comprou um celular de R$ 600 no ano passado e contratou um seguro de R$ 200 da Porto Seguro. Em fevereiro deste ano, um ladrão levou o celular de dentro da mochila dela, no ônibus. Mas, na hora de comunicar o sinistro, uma surpresa.
— Arrombaram minha mochila e, quando desci, vi que ela estava com o zíper quebrado e tinham tirado o celular. Fiz um boletim de ocorrência. Como foi furto e não roubo, fiz pela internet e contatei a seguradora falando do sinistro. Eles me responderam dizendo que não iriam reembolsar, simplesmente porque no boletim não constava a palavra arrombamento.
Iris considera que a forma como os contratos são escritos é justamente para dificultar o entendimento.
— Eu li todo o contrato. Pelo que eu entendi lá, o meu caso estaria coberto. O contrato é difícil, parece que é feito para não ser entendido.
Atenção com as cláusulas
Todas as empresas pesquisadas pela reportagem disponibilizavam as condições gerais do seguro em seus sites. Mas ao ler, existem algumas cláusulas curiosas. A Porto Seguro e a Assurant, por exemplo, preveem que para a reposição do bem, podem ser utilizados aparelhos remanufaturados, refabricados ou recondicionados.
Há seguradoras que não cobrem roubo, se ele acontecer em meio a um tumulto, como um protesto violento. Celular deixado dentro de carro, se for levado por algum ladrão que quebrar o vidro, também não tem direito a ressarcimento, exceto se o veículo for levado. Smartphone danificado em alagamento está fora da cobertura. O seguro da Zurich, por exemplo, não indeniza em casos de sequestro-relâmpago. Lembre-se, ao aceitar, você terá que concordar com todas as cláusulas.
O preço dos smartphones fora do Brasil costuma ser mais atraente. Porém, não são todas as seguradoras que aceitam aparelhos comprados em outros países. As que aceitam exigem um documento chamado Invoice, que é uma nota fiscal de produtos adquiridos no exterior.
Confundir o furto com roubo é o que mais causa problemas no caso de seguros. O furto é quando alguém pega o bem sem violência ou ameaça. É comum que isso aconteça em situações corriqueiras. Tem o furto qualificado, que é quando o ladrão precisa violar algo. Por exemplo, um armário arrombado.
Qualquer afirmação que a vítima faça à polícia no registro do boletim de ocorrência está sujeita à comprovação. Ou seja, não adianta chegar à delegacia com histórias inventadas porque os investigadores e a própria seguradora poderão descobrir a verdade e a pessoa, além de não receber a indenização, corre o risco de ser processada por fraude contra o seguro e falsa comunicação de crime.


5 provas de que o Big Bang ocorreu

5 provas de que o Big Bang ocorreu

Não se deixe enganar: o Big Bang é um fato consumado. Aconteceu mesmo. Tudo que vemos hoje no Universo observável é resultado dele. Mas não pense você que foi fácil para a comunidade científica aceitar essa ideia, gestada e aprimorada durante quase um século. Ela só foi devidamente assimilada depois que muitas evidências, obtidas de modo independente, a confirmaram, de forma conclusiva. Hoje, o Mensageiro Sideral apresenta cinco provas que acabarão com todas as suas dúvidas.
Tudo isso aí começou comprimido num espaço menor que a cabeça de um alfinete (Crédito: Nasa)
Tudo isso aí começou comprimido num espaço menor que a cabeça de um alfinete (Crédito: Nasa)
Antes, contudo, é importante definir exatamente o que foi o Big Bang. A teoria, apelidada assim justamente por um de seus antigos adversários, sugere que tudo que vemos hoje no Universo já esteve, no passado, reunido numa região muito compacta, extremamente densa e muito quente. E isso inclui o próprio espaço! O Big Bang não é uma explosão convencional, em que a matéria se espalha de um ponto central para regiões circundantes. Ele é mais parecido com o inflar de um balão. Imagine que a superfície de uma bexiga é o próprio espaço. Ao inflá-la, você está meramente esticando a superfície que já existia. É por essa razão que não faz sentido falar de um lugar específico em que o Big Bang aconteceu. Ele aconteceu em toda parte, inclusive onde você está hoje. A diferença é que o espaço que hoje abriga você confortavelmente, há 13,8 bilhões de anos estava amontoado junto com o espaço que é ocupado por todo o resto do Universo — e toda a energia que compõe o cosmos estava lá também, espremida.
Isso tudo pode parecer maluquice, mas é a mais pura verdade. O que ainda é objeto de discussão entre os cientistas não é o fato de o Universo tal qual o vemos hoje ter começado num estado extraordinariamente comprimido e quente há 13,8 bilhões de anos. O que ainda se pode discutir é se esse estado em algum momento correspondeu a uma condição extrema conhecida como singularidade, em que a densidade e a temperatura atingem valores infinitos, e se esse foi de fato o princípio absoluto do Universo ou se havia algo antes desse nosso (re)começo. É justamente por isso que o cosmólogo Mario Novello, do CBPF (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas), chama o Big Bang de “o mito científico da Criação”. Não por que ele não tenha acontecido, mas por que não há nenhuma confirmação de que ele tenha sido de fato o começo do próprio tempo e tenha partido de uma singularidade. O Big Bang é com certeza um princípio claro para as condições prevalentes no Universo observável hoje, mas isso não exclui a ideia de que houve outra instância do cosmos antes da atual — possivelmente se estendendo pela eternidade na direção do passado. E não são poucos os cosmólogos que defendem isso, inclusive Novello.
Essa ressalva é importante porque diversos grupos pseudocientíficos querem apresentar essas dúvidas e especulações legítimas como evidências de que o Big Bang, tal como definido dois parágrafos atrás, nunca passou de uma ideia disparatada. E nada poderia estar mais longe da verdade, como ficará claro pelas cinco provas que começaremos a apresentar agora. Vamos lá?
1. Galáxias em fuga
Galáxias fotografadas pelo Telescópio Espacial Hubble -- quanto mais distantes, mais depressa se afastam. (Crédito: Nasa)
Galáxias fotografadas pelo Telescópio Espacial Hubble — quanto mais distantes, mais depressa se afastam. (Crédito: Nasa)
Você certamente já ouviu falar do Telescópio Espacial Hubble. Mas talvez ainda não saiba quem foi o homem homenageado pelo venerável satélite da Nasa. Edwin Hubble foi um dos astrônomos mais importantes do século 20 e sua descoberta mudou para sempre nossa compreensão do Universo. Ele estudou a luz vinda de um sem número de galáxias e fez uma constatação literalmente bombástica: quando mais distante uma galáxia está, mais rápido ela parece se afastar de nós.
Sua descoberta foi feita ao constatar que a assinatura de luz das galáxias — o chamado espectro — é tão mais avermelhada quanto mais distante ela está. Esse chamado desvio para o vermelho tem dois componentes. Um deles é o conhecido efeito Doppler, que percebemos com clareza em ondas sonoras. Sabe quando uma ambulância passa por você e o som da sirene muda de tom conforme ela se aproxima e se afasta? Pois bem, isso acontece porque as ondas sonoras são comprimidas quando ela está chegando perto e esticadas quando se afasta. E o mesmo acontece com ondas de luz. Ao serem esticadas, elas ficam mais avermelhadas. Ao serem comprimidas, ficam mais azuladas. Então, uma galáxia se afastando de nós terá seu espectro de luz mais avermelhado.
Contudo, o efeito mais importante para a cosmologia é o que acontece pela expansão do próprio espaço, um fenômeno descrito pela teoria da relatividade geral. Imagine você que uma onda de luz atravessa o espaço enquanto ele mesmo está se esticando. A onda acaba esticada junto. Maior comprimento de onda, mais vermelha ela fica. Hubble notou que as galáxias mais próximas podiam ter distorções variadas. Andrômeda, por exemplo, sofre desvio para o azul, porque está se aproximando da Via Láctea (vamos bater em alguns bilhões de anos!). Contudo, quando vamos para as maiores escalas, a distâncias superiores a alguns milhões de anos-luz, o Universo parece bem mais uniforme, obedecendo à hoje famosa lei de Hubble — quanto mais longe a galáxia, maior o desvio para o vermelho e maior o afastamento. Moral da história: o Universo está em expansão. Salvo pela escala local, tudo está se afastando de tudo mais.
Não é preciso ser muito criativo para imaginar que, se hoje o Universo comprovadamente está em expansão, no passado ele deve ter sido mais compacto. Levando isso às últimas consequências, chegamos à conclusão de que ele já foi radicalmente compactado no passado. Na verdade, essa já era uma implicação natural da teoria da relatividade geral, que foi primeiro notada por Georges Lemaître, um padre e físico belga, em 1927. Quando Hubble apresentou sua descoberta, dois anos depois, ela foi tratada como evidência de que de fato o Universo observável começou num ponto muito quente e denso que se expandiu.
2. O eco de radiação do Big Bang
Polarização da radiação cósmica de fundo, medida pelo satélite Planck (Crédito: ESA)
Polarização da radiação cósmica de fundo, medida pelo satélite Planck (Crédito: ESA)
A partir da descoberta da expansão cósmica, não tardou para que os cientistas começassem a modelar o que aconteceria num Universo muito quente e denso que gradualmente se resfria. Uma das previsões mais arrepiantes é a de que ainda hoje ele não teria se resfriado completamente. Conforme ele foi se expandindo e se diluindo, as partículas de luz pararam de trombar e puderam transitar pelo Universo. Essa radiação suave deve ter começado com altíssima energia, perdida gradualmente pelo próprio processo de expansão cósmica. Como ela reflete algo que aconteceu na época em que o Universo ainda era bastante compacto, seus resquícios devem hoje parecer vir de todas as direções — um fundo de radiação. A primeira sugestão de que o Big Bang teria deixado algo assim foi feita pelo físico russo-americano George Gamow, em 1946, e depois acabou modelada com mais detalhes por Ralph Alpher e Robert Herman, em 1948. Caso a radiação pudesse ser detectada, teríamos aí um eco deixado pelo Big Bang na época em que o Universo tal qual o conhecemos tinha apenas cerca de 400 mil anos!
Legal. Saltamos para 1964. Arno Penzias e Robert Wilson trabalhavam nos Bell Labs, nos Estados Unidos, e estavam com um problema. Uma antena que eles pretendiam usar para radioastronomia e experimentos de telecomunicações parecia detectar um ruído constante. De início acharam que era cocô de pombos. Mas, depois de tanto limpar a antena, notaram que o zumbido ainda estava lá. E era detectado não importava para que direção eles apontassem a antena. Por acidente, eles encontraram a radiação cósmica de fundo prevista pela teoria do Big Bang.
A análise da radiação derrubou a única alternativa ao Big Bang, a chamada teoria do estado estacionário, desenvolvida principalmente pelo físico britânico Fred Hoyle. Em vez de presumir que o Universo teria tido um começo quente e denso, Hoyle preferiu postular que a expansão era um estado perpétuo e que matéria é constantemente criada nos vazios gerados pela expansão, mantendo o Universo eternamente com o mesmo jeitão. Jocoso, Hoyle desdenhou da teoria rival, cunhando a expressão “Big Bang”. Só que o padrão detectado da radiação cósmica de fundo não era compatível com a ideia do estado estacionário. Só mesmo o Big Bang para explicá-la. Mas calma, tem mais.
3. A fantástica fábrica de elementos
Supernovas produzem os elementos pesados, mas de onde vieram o hidrogênio e o hélio que a formaram? (Crédito: Nasa)
Supernovas produzem os elementos pesados, mas de onde vieram o hidrogênio e o hélio que a formaram? (Crédito: Nasa)
Outro efeito de ter um início quente e denso é que aquela fornalha primordial teria sido capaz de produzir elementos químicos. Do mesmo modo que o interior de alta pressão das estrelas induz um processo de fusão nuclear, colando núcleos de hidrogênio (os mais simples que existem, com um próton) e formando assim hélio (o segundo mais simples, com dois prótons), o Universo primordial ultradenso também teria esse poder — pelo menos até resfriar.
Mais uma vez, George Gamow foi o “pai” da matéria aqui. Em 1948, ele escreveu com Ralph Alpher um trabalho histórico, modelando o efeito do esfriamento pós-Big Bang na capacidade de produzir elementos químicos. É basicamente o que explica por que o átomo mais comum é o hidrogênio, respondendo por cerca de 75% de toda a matéria bariônica do cosmos, e em seguida temos o hélio, respondendo por cerca de 25%, e por fim uma pitadinha de lítio, o terceiro elemento mais pesado. Todos os demais elementos conhecidos não podem ter sido fabricados pelo Big Bang e acabaram surgindo mais tarde, cozidos na fornalha das estrelas e nas explosões conhecidas como supernovas.
O fato de a teoria ser capaz de explicar as proporções dos elementos primordiais é considerado uma das evidências mais conclusivas em favor de um Universo que começa compacto, quente e denso, como sugere a teoria. Não há outro caminho conhecido capaz de explicar a atual composição observada no Universo. O Big Bang reina sozinho.
4. O gás primordial
Nuvens de gás primordial feito de hidrogênio e hélio dominaram o Universo bebê (Crédito: UCSC)
Nuvens de gás primordial feitas de hidrogênio e hélio dominaram o Universo bebê (Crédito: UCSC)
Hoje, as nuvens de gás interestelar já estão altamente enriquecidas com elementos pesados, como carbono, oxigênio, ferro, enxofre, flúor etc. Ainda bem, aliás, porque sem esses elementos nada mais interessante que estrelas poderia se formar. Para a vida, dependemos do hidrogênio primordial, mas também precisamos da rica diversidade da tabela periódica, fabricada mais tarde no Universo pelas estrelas.
Contudo, se a teoria do Big Bang está certa, ao olharmos para as profundezas do cosmos com nossos melhores telescópios — e assim enxergarmos condições tais quais elas se apresentavam poucos bilhões de anos após o início do cosmos como o conhecemos –, encontraremos nuvens de gás cuja composição lembra a da nucleossíntese original.
Pois bem. Em 2011, um grupo de astrônomos encontrou nuvens de gás cuja luz observada partiu delas 12 bilhões de anos atrás. E a composição delas era praticamente livre de elementos pesados — só hidrogênio e hélio. Isso mostra conclusivamente que o Universo foi gradualmente enriquecido por elementos pesados, como sugere a teoria do Big Bang. Mesmo que cientistas rebeldes encontrassem alguma outra formulação teórica que explicasse a atual distribuição dos elementos, eles teriam dificuldade em explicar o fato de que há nuvens sem elementos pesados sem evocar um começo quente e denso para o Universo.
5. Reprodução em laboratório
Imagem do projeto Illustris compara Universo real fotografado pelo Hubble (à esquerda) com o simulado (à direita)
Imagem do projeto Illustris compara Universo real fotografado pelo Hubble (à esquerda) com o simulado (à direita)
Por fim, o poder de uma teoria só pode ser devidamente apreciado quando se pode replicar o fenômeno que ela descreve de forma controlada e confirmar sua veracidade. Claro, ninguém criou um novo Universo em laboratório (ainda bem, aliás, porque, caso seja possível, duvido que fosse seguro). Mas já criamos algumas simulações incríveis da evolução do Universo em laboratório, do Big Bang aos dias atuais.
E é impressionante como essas simulações, munidas apenas da teoria, seis parâmetros pré-definidos e o poder computacional dos supercomputadores, conseguem reproduzir com exatidão a evolução do Universo. O projeto Illustris, concluído no fim de 2013, chegou ao cúmulo de produzir imagens “simuladas” do Telescópio Espacial Hubble que são praticamente indistinguíveis das reais produzidas pelo satélite.
Elas mostram que entendemos com razoável sofisticação e precisão a evolução do Universo desde seu início quente e denso, 13,8 bilhões de anos atrás, até seu presente estado. É verdade que os modelos fazem uso de coisas como matéria escura e energia escura — que ainda não compreendemos exatamente o que são, apesar de conhecermos seus efeitos –, mas o fato de que tudo funciona não deixa de impressionar. Um sinal de que realmente conseguimos reconstruir a história pregressa do Universo de forma consistente e compatível com as observações.
Importante ressaltar que não há incompatibilidade entre o Big Bang e concepções metafísicas da origem do Universo. Com nossas teorias atuais, só conseguimos ir até um determinado ponto — uma fração de segundo após o surgimento da instância do espaço-tempo que hoje ocupamos. No intante t=0, em que tudo começou, nossas teorias se quebram. Podemos especular sobre singularidades, um passado anterior ao Big Bang, uma pré-existência eterna ou mesmo a existência de outros universos, desconectados ou não do nosso próprio espaço-tempo. Mas não temos (pelo menos hoje e possivelmente nunca) instrumentos para verificar essas ideias mais arrojadas e transuniversais, por assim dizer. Um mistério, talvez indecifrável, ainda paira sobre nossa existência. Apesar disso, não há motivo para não nos admirarmos com nossa capacidade de recontar a história do cosmos até onde a ciência nos permite chegar.

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